ANTROPOCENO – A moeda que retrata a devastadora ação do homem na terra.



A numismática mundial tem cunhado em moedas a preocupação com as marcas que o  homem tem deixado na terra. Muitas destas marcas são profundas e irreversíveis marcas. Nossas pegadas, mesmo poeticamente falando, tem deixado marcas reais de nossa ação e podem ser vistas de maneira literal em tudo que ocorre no planeta. As marcas deixadas pelo homem são tão devastadoras que especialistas concordam que o impacto da humanidade no planeta já provoca uma nova era geológica, o Antropoceno. Grandes exemplos da influência e impacto humano são os elementos radioativos espalhados por todo o planeta oriundos de testes nucleares, poluição plástica e a fuligem produzida por usinas e veículos consumidores do danoso combustível fóssil. Estes e outros efeitos adversos são ilustrados com detalhes extraordinários nesta moeda batizada de Antropoceno, uma edição que neste ano de 2018 no oferece uma moeda de prata e nióbio cunhadas pela Casa da Moeda Austríaca.



Desde o final da Idade do Gelo, há cerca de 11.700 anos, a subdivisão do período geológico do Quaternário, durante a qual toda a civilização humana se desenvolveu, é conhecida como Holoceno. O conceito parcialmente científico e parcialmente filosófico do Antropoceno é de fato uma continuação do Holoceno sob um novo nome simbólico. Diferentes tons de verde são usados ​​no núcleo de nióbio da moeda para ilustrar este conceito. A humanidade e sua imensa marca no planeta dominam ambos os lados do núcleo de nióbio verde de dois tons da moeda, enquanto os efeitos adversos da humanidade no planeta Terra são mostrados no anel de prata exterior do Antropoceno.

Antropoceno...
É o nome de um novo intervalo de tempo geológico proposto (provavelmente uma época) que pode logo entrar na Escala de Tempo Geológico oficial. O Antropoceno é definido pela influência humana na Terra, onde nós nos tornamos uma força geológica a moldar a paisagem global e a evolução do nosso planeta. O novo termo proposto, “Antropoceno”, vem de uma junção inusitada que une o ánthropos (homem; ser humano) e o kainos (recente). É uma junção um tanto quanto interessante. Há grande diferença entre o homem de hoje e o homem de um milênio atrás. Estamos em um novo período!

Holoceno...
É o nome dado aos últimos 11.000 anos da história da Terra. O holoceno começa no fim da última era glacial principal, ou idade do gelo. Desde então, houve pequenas mudanças do clima. Na escala de tempo geológico, o Holoceno é a época do período Quaternário da era Cenozoica do éon Fanerozoico que se iniciou há cerca de 11,5 mil anos e se estendia até o presente. Com a chegada de uma nova era (Antropoceno) o termo poderá mudar em breve.
O Período Holoceno está contido na Era Cenozoica. O termo “holoceno” vem da junção de dois termos gregos – “holo” (todo) e “kainos” (recente). 

Opinião...
No entanto, é um tanto quanto curioso sermos o centro de um período geológico. Levarmos nosso nome nesse período mostra o quanto nos consideramos o centro do mundo. Todas as mudanças que fizemos no ambiente (que insistimos em chamar de meio, não o tratando como inteiro) para nossos próprios fins. Utilizamos o ambiente como nosso laboratório de testes, forçando alterações à nossa maneira.

Não é o objetivo aqui discutir problemáticas como o dito aquecimento global, se é factível ou não. Mas devemos todos concordar que nosso desejo de domínio sobre a natureza causou consideráveis alterações nos processos naturais. Infelizmente insistimos em nos separar da natureza. Inventamos a “relação homem/natureza” de modo que até tentando mostrar que estamos inclusos no ambiente, nos separamos dele nos termos que usamos (“homem/natureza” ou “homem/meio”).


A reflexão que deve ser feita a respeito da iniciativa da Casa da Moeda austríaca é que nós estamos aqui! Essa é a nossa casa! Esse é o nosso período! A questão é: como vamos ser lembrados? Será que haverá novos períodos? Não apenas isso, mas estaremos ainda inclusos neles? Ou faremos desse o nosso último período?

Matheus Villela - Geógrafo 

Características da moeda:

Valor facial – 25 Euros
Material – Prata 900 e Nióbio
Diâmetro – 34mm
Peso – 9 gramas
Cunhagem – 65.000 peças

Fonte:
Casa da Moeda Austríaca

Texto:

Bruno Diniz - Historiador e Numismata - Escritor e produtor de conteúdo para as coleções Numismática e Eu na História no Google Plus - Autor dos blogs Diniz Numismática e Eu na História

Matheus Villela - Geógrafo produtor de conteúdo para as coleções Trilha Geográfica e Unidades de Conservação no Google Plus - Autor do Blog Te orienta aí

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